
Em sua homenagem, publicamos o seu poema: Não posso adiar o amor para outro século:
Não posso
adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o
grito sufoque na garganta
ainda que o
ódio estale e crepite e arda
sob as
montanhas cinzentas
e montanhas
cinzentas
Não posso
adiar este braço
que é uma
arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso
adiar
ainda que a
noite pese séculos sobre as costas
e a aurora
indecisa demore
não posso
adiar para outro século a minha vida
nem o meu
amor
nem o meu
grito de libertação
Não posso
adiar o coração
Para um
amigo tenho sempre um relógio
esquecido em
qualquer fundo de algibeira.
Mas esse
relógio não marca o tempo inútil.
São restos
de tabaco e de ternura rápida.
É um
arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de
vinho com o meu sangue e o sol.
In Viagem através duma Nebulosa
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