Verso de Kapa, 2015
A chegada dos netos apanha-nos de surpresa.
Durante nove meses imaginamo-nos preparados, afinal, como podia ser de outra
forma se já fomos pais? Pensamos sempre: basta-nos ser «só avós», uma
retaguarda serena, com a vantagem de noites bem dormidas, só com as partes
boas… E talvez assim fosse, se resistíssemos a apaixonar-nos
incondicionalmente. Quando damos por nós, já fomos apanhados e só nos resta
aprender a nadar nestas águas, que nem sempre são calmas. Este livro é um
diário que resume cinco anos desta fantástica descoberta que fui fazendo à
medida que a Carminho e a Madalena, as minhas primeiras netas, foram crescendo.
É por causa delas que continuam as muitas conversas com filhos, noras e genros,
e também com outros avós, até porque entretanto outros netos chegaram. E também
é esta descoberta diária que me leva, tantas vezes, a procurar respostas na
sabedoria do Eduardo Sá, no programa «Dias do Avesso», conversas que não
resisti a incluir neste livro. Decididamente, ser avó é isto mesmo: é mudar
para sempre a forma de ver o mundo e embarcar alegremente numa viagem sem
retorno.
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